segunda-feira, 24 de março de 2008

Freguesia de Salreu


  • Brasão: Escudo de verde, com uma cegonha de prata, animada de vermelho, sainte de um pé ondeado de três burelas de prata e azul e entre duas espigas de milho de ouro; em chefe, mitra episcopal de prata, realçada e guarnecida de vermelho. Coroa mural de prata de quatro torres.


  • Um pouco da sua História...

Salreu é uma povoação antiga que fica na área do antigo couto de Antuã e que, segundo alguns estudiosos, a área geográfica deste tem alicerçada a sua existência em épocas anteriores à ocupação romana. A primeira igreja edificada na freguesia de Salreu remonta ao século XII (Fevereiro de 1106). Tratava-se de uma igreja num nível mais baixo, próximo das águas.
A existência de salinas nesta freguesia é referida num documento do século XIV - contrato entre a Abadessa do Convento de Arouca, Domingos Afonso e Martim Domingues, pelo qual se obrigaram a dar ao Mosteiro "metade do sal que Deos nela der". O sal era indispensável para a salga do peixe e para a conserva da carne, que foi a primeiro riqueza que nos tempos históricos Portugal exportou em grandes quantidades.
Actualmente, e porque esta freguesia se encontra na região lagunar da ria de Aveiro, entre o Rio Antuã e o Rio Vouga, nas zonas mais baixas cultiva-se arroz, que é defendido das águas salobres por taludes de areia.

Salreu, aproveitou o foral de Angeja dado por D. Manuel I a 15 de Agosto de 1514. Esta, foi um padroado de apresentação do Mosteiro do Lorvão, pertenceu territorialmente ao senhorio de Figueiredo do Rei e depois ao concelho do Pinheiro da Bemposta (1650), tendo sido desanexada do mesma em 1835

  • Algumas figuras ilustres desta freguesia

Domingos Joaquim da Silva (Visconde de Salreu)

Poucos sabem quem é Domingos Joaquim da Silva. Mas se falarmos no nome Visconde de Salreu muitos reconhecem o salreense como uma figura fundamental no desenvolvimento da freguesia, durante os séculos XIX e XX.
Nascido a 27 de Novembro de 1854, rumou para o Brasil, com apenas 16 anos. Não sabia ler nem escrever, apenas desenhava o seu nome, o que não o impediu de ser um grande empresário. Domingos Joaquim da Silva foi desenvolvendo a sua empresa “DOVA”, sendo mesmo considerado um dos mais destacados impulsionadores do surto de construção no Rio de Janeiro, no início do século XX. Ao longo da sua vida o salreense deixou o seu nome ligado a grandes empreendimentos do Brasil e Portugal, sendo a empresa por si dirigida considerada a maior da América do Sul, no sector de madeiras.

“ O Mecenas de Salreu”

Reconhecido por todos como um homem de negócios de sucesso, Domingos Joaquim da Silva foi também um homem com grandes preocupações sociais e com um enorme coração. Oriundo de uma freguesia onde não existia um único edifício escolar, Domingos Joaquim da Silva mandou construir a Escola Primária das Laceiras. A iniciativa concedeu-lhe a atribuição do título de Visconde, pelo Rei D. Carlos I, penúltimo Rei de Portugal. Foi já com o título de nobreza que mandou erguer a Escola Primária da Senhora do Monte.
Foi também por sua iniciativa que se iniciou a construção do Hospital, que mais tarde iria ter o seu nome, dotado de todos os instrumentos cirúrgicos necessários ao seu funcionamento, e um asilo. Domingos Joaquim da Silva, viria a falecer a 11 de Setembro de 1936, seis meses após o início da construção do Hospital Visconde de Salreu, a 13 de Março de 1936.
Para a história ficou, também, o seu apoio à formação da banda de música da freguesia, Banda Visconde de Salreu, e o apoio incondicional a todos os conterrâneos que lhe pediam ajuda. Um homem acarinhado pela população, que os mais novos apenas conhecem como o “Mecenas de Salreu”.



HOMEM PRETO DE SALREU

Faleceu a 1 de Outubro de 2005, com 92 anos, uma das figuras mais características da Freguesia de Salreu. Manuel Oliveira Rodrigues era o famoso “Homem do Laço”, “Homem Preto de Salreu” ou “Homem do Pisco”. Nascido a 14 de Fevereiro de 1913, desde os 20 anos que usava um proeminente laço preto, adereço que levou consigo para a cova, assim como o segredo que levou a andar com o laço mais de 70 anos.
Conhecido por poucos pelo nome, Manuel Rodrigues era um excelente contador de histórias, sendo que, a sua vida era a sua maior narrativa. Pedreiro durante toda a vida, “Homem Preto de Salreu” assinava as obras que fazia com um coração atravessado por uma seta, a que acrescentava a data do trabalho. Sem dúvida, um dos homens mais carismáticos desta freguesia.

Curiosidades


Os Lugares de Salreu

Pus-me esta noite a pensar e deu-me nesta mania
Que havia de armar um fado ás ruas da Freguesia:

Fui ao Porto a dançar, quando á Balsa desci
Logo na Aldeia me vi, Boavista vim jantar.
Para Campinos saltar, vi Salreu lá mais abaixo.
Na cavada vi um cacho,
vi Laceiras cimo ao pé, para o Corgo fui com fé,
para o Outeiro com fama, pus um pé no Vale da Rama,
E pus outro no Seixal
Fui ao feiro menos-mal,
No Cadaval esqueci, Rua de S. Martinho adormeci
E Adou de Cima me fez a cama
Vi Laceiras numa chama,
E o mato de me apagou, e eu para Vales vou,
No couto tomei sentido
Ladeira ralhou comigo, para ir cantar ao Ribeiro
E não ir à Agra primeiro.
Antuã tocar viola, Adou de Baixo deu-me na tola
Por eu ralhar com o Santo
A Carvalha gritou, Rua Nova já vou
Sr. do Terço me disse, para o Canto não fugisse
No Cabeço não passa-se
E na Rua da Cruz que não falasse
E a Fontinha temesse
Fui às Pedreiras sozinho
Fui ao Castro zangado
No Casal cantei o fado
No Balvô pouca demora
Dei um salto á Carapinheira
Sra. do Monte
E vou-me embora.

Lengalenga “ Os lugares de Salreu”
Ditado pela Sra. D. Adelaide Figueira

segunda-feira, 17 de março de 2008

Pardilhó...

...A sua história


Brasão: Escudo de vermelho, barco moliceiro de ouro, mastreado e cordoado do mesmo guarnecido de negro e vestido de prata, vogando sobre campanha ondada de prata, azul, prata, verde e prata; em chefe, duas chaves, uma de ouro e outra de prata, passadas em aspa e com os palhetões para cima, entre duas bilhetas de azul, debruadas de ouro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: “PARDILHÓ - ESTARREJA“.
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A primeira referência ao lugar de Pardilhó surge em meados do século XIV, no ano de 1601, sendo apenas um lugar anexado ao Bunheiro.
Posteriormente foi elevado a Curato (1) anexo à reitoria de Santa Marina de Avança.
Todavia em 1638 começa-se a construir a primeira igreja de Pardilhó, e no ano de 1875 já era parte integrante do concelho de Estarreja e já era uma paróquia do mesmo concelho.
Ao longo da sua formação, Pardilhó esteve sempre em ligação directa com a Ria de Aveiro, através dos seus inúmeros esteiros, como tal aqui desenvolveu-se a industria da construção naval, de cujos estaleiros saíram os Moliceiros, que eram usados na apanha do moliço e nos tráfego comercial entre Aveiro e as comunidades ribeirinhas.
(1) Habitação do sacerdote



Pensa-se que o nome Pardilhó deriva da sua localização, perto das ilhotas da Ria de Aveiro, e daí se dizer que era o lugar “a par das ilhós”, que deu mais tarde lugar a Pardilhó.




Monumentos e património natural







A freguesia de Pardilhó tem um património natural muito basto. Como tal podemos, aqui, visitar sete esteiros (Nacinho; Ribeira Nova; Ribeira da Aldeia; Bulhas; Teixugueiras; Tabuada Telhadouro) e a Fonte da Samaritana.
Quanto ao património histórico-cultural, podemos encontrar o Monumento a Egas Moniz, a Estátua ao Emigrante e a Estátua ao Dr. Jaime.
Com um carácter religioso, podemos visitar a Igreja Paroquial de S. Pedro, a Capela de Stº António e a Capela de Nossa Senhora dos Remédios.



Devido à ligação de Pardilhó à Ria de Aveiro e à abundância de enguias, na gastronomia pardilhoense destacam-se a caldeirada de enguias e as padas de Pardilhó.
A fama das padas e o facto de haver, antigamente, muita gente em Pardilhó a ir apanhar pinhas nas serras vizinhas para os fornos dos padeiros, levou a que a freguesia ficasse conhecida como a terra das padas e das pinhas.



........Não te esqueças, Pardilhó tem muito património a descobrir!!

terça-feira, 11 de março de 2008

Concurso de Fotografia







..........................................................Regulamento

Preâmbulo
O grupo “Mergulhar”em Estarreja: (Re) Descobrir o Concelho, vai levar a efeito um concurso: “Estarreja em Fotografia”, com o objectivo de promover e (re) descobrir o concelho de Estarreja.
Apresenta-se, de seguida, o Regulamento que rege o respectivo concurso.

Objectivo
1- Pretende-se com o Concurso: “Estarreja em Fotografia” promover a participação dos jovens e adultos na divulgação e (re) descoberta do concelho de Estarreja.

Participantes
1- Poderão participar neste concurso maiores de 12 anos.
2- As participações podem ser individuais ou em grupo.
3- Não poderão participar neste concurso os membros do grupo.

Tema
1- O Concelho de Estarreja (património histórico-cultural, ambiental, …).

Regras aplicadas
1- O participante deve apresentar junto com a fotografia, o seu nome, e-mail e/ou o seu contacto telefónico. A entrega deverá ser efectuada até ao dia 8 de Abril de 2008 via e-mail (mergulharemestarreja@gmail.com), na portaria da Escola Secundária de Estarreja ou directamente a um dos elementos do grupo (12ºD).
2- Cada participante poderá concorrer com um máximo de 5 fotografias, que deverão ser identificadas com título e local, obrigatoriamente.
3- A apresentação dos trabalhos deverá ser feita em formato digital ou em papel, em tamanho A4.
4- Serão aplicados os seguintes critérios de avaliação:
a - originalidade/criatividade
b - execução técnica
c -mensagem transmitida


5- A classificação será feita pelo júri com a atribuição de uma pontuação (0 a 5) para cada um dos critérios de avaliação.
6- A fotografia com maior pontuação será a vencedora. Em caso de empate o presidente do júri tem voto de qualidade.

Júri
O júri será constituído por:
- um representante do grupo (presidente do júri)
- um professor de fotografia e vídeo
- um professor responsável pelo projecto
- um professor representante do Conselho Executivo

Prémios
1- Serão atribuídos prémios de participação a todos os concorrentes.
2- Serão premiados os três primeiros classificados.

Divulgação dos resultados e entrega dos prémios
1- Os resultados do concurso serão afixados na vitrina de área de Projecto da Escola Secundária de Estarreja, divulgados aqui no blog do grupo e no site da escola (http://www.esestarreja.net/main.asp), no dia 20 de Maio. A entrega dos prémios far-se-á dia 28 de Maio pelas 21 horas na Escola Secundária de Estarreja.
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.............................................Não te esqueças, participa!!

domingo, 9 de março de 2008

Freguesia de Fermelã





  • Brasão: A balança e o Fiel representam o São Miguel, o padroeiro da freguesia, a Água retracta a zona lagunar do Baixo Vouga e o Adem é uma espécie de pato que ainda existe nos campos da freguesia.






  • Um pouco da sua História...


As primeiras referências a esta terra situam-se antes do Condado Portucalense, mais propriamente nos tempos do império Romano. Nessa altura, a área que hoje é ocupada pela Ria de Aveiro, era um golfo aberto ao mar, constituindo naturalmente um bom porto de abrigo e consequentemente um espaço de intercâmbio comercial.
Com o desenvolvimento da civilização muçulmana, os Árabes invadiram e instalaram-se em toda a península Ibérica, e nesta região, viveram durante séculos, tendo construído uma mesquita onde hoje é Fermelã.
Pouco a pouco, porém, os cristãos começaram a reconquistar as terras sob o domínio árabe e conseguem todo o norte da Península Ibérica, que passa a ser cristã.
Nesta reconquista os cristãos foram ajudados pelos Cruzados (grupos religioso - militares) vindos do norte da Europa, que a caminho da Terra Santa, foram surpreendidos por um grande temporal, quando passavam o golfo de Aveiro. Na aflição do eminente naufrágio prometeram à Virgem que, se salvassem construiriam uma igreja em Sua Honra. Conseguiram aportar numa terra onde existiam as ruínas de uma mesquita e sobre essas ruínas edificaram a igreja no cumprimento da sua promessa.
A essa terra, anteriormente povoação árabe, chamaram “Terra Boa”, que na sua língua seria qualquer coisa parecida com Fermellana. Sabe-se que em 1078 já se refere Fermellama, que bem pode vir de “Fine Land”, após assimilação pelos latinos que por cá viviam. Em 1587 já se dizia Fermelam, e hoje Fermelã.


A freguesia de Fermelã beneficiou do foral Manuelino de Angeja em 1514. Pertenceu ao concelho de Pinheiro da Bemposta até 1839, altura em que integrou o concelho medieval de Angeja, extinto em 1853. Desde então faz parte do concelho de Estarreja.


  • Festas e romarias


O dia de S. Miguel (padroeiro da freguesia), é no dia 29 de Setembro. A festa é feita sempre no último domingo de Setembro. É organizada por um grupo de pessoas que tem o nome de mordomos, que organizam tudo o que é preciso para fazer a festa, e na qual está incluída a feira das cebolas, durante todo o dia de sábado. No domingo de manhã há missa em louvor do S. Miguel. À tarde há a procissão que dá a volta à freguesia e à noite há arraial com música.

Por sua vez, no lugar do Roxico há também a festa em honra de S. Bartolomeu (padroeiro do Roxico), que é no dia 24 de Agosto. No entanto, festeja-se sempre no domingo a seguir ao dia 24. A festa começa no sábado com a procissão das velas com a imagem da Nossa Senhora do Rosário que sai por volta das 21 horas da capela de S. João situada em Fermelã.
As pessoas trazem velas acesas e quando se chega à capela do S. Bartolomeu é celebrada a missa. No domingo há missa e da parte da tarde faz-se a procissão, que dá a volta ao lugar. O padroeiro S. Bartolomeu vai dentro de uma barca por ser padroeiro dos pescadores. À noite temos o habitual arraial.


  • Actividades


Aqui fica um vídeo de uma das actividades, neste caso desportiva, que se pode praticar em Fermelã.

http://www.youtube.com/watch?v=7lw-4m1Ie30